Vinícius Calmon*

Quem não riu e comemorou com as furadas de bloqueio nas estradas, protagonizados pela Galoucura, Gaviões e outras? Nas arquibancadas pulsa e resiste uma classe dos movimentos sociais que mesmo sendo o primeiro espaço de acolhimento para uma galera majoritariamente negra, periférica e por ser este espaço para essas pessoas, sofre com o casuísmo e o conjunto de violências sociais que sofremos diariamente mais ainda.


As organizadas, diferente por exemplo dos blocos de carnavais, precisam se responsabilizar e estão passivas a responsabilização dos fatos de seus membros. Vimos no carnaval a cena de assédio e violência com foliãs por parte de grupos travestidos de um famoso bloco de Salvador.

Se esse bloco não é penalizado, suspenso ou multado pelos fatos cometidos por seus associados, então por que punir o CNPJ das torcidas quando os atos infracionais são cometidos por CPFS? 87% das torcidas organizadas se posicionaram e fizeram campanha pró-Lula, muitas delas apoiando deputados da base, seja a mais orgânica ou a de influência.

Uma coisa é certa, Lula e seu ministério do esporte, o qual conta com figuras ímpares na sua formação com vivência e origem das arquibancadas, precisam se debruçar na construção de um novo estatuto do torcedor, e urgentemente nos vetos da Lei Geral de Esporte artigo 178 parágrafos 5 e 6, pelo fim das torcidas únicas em clássicos, pelo fim da criminalização a pirotecnia, pelo direito de torcer!

As torcidas são parceiras e aliadas, não inimigas do governo.

Pelo fim da marginalização das torcidas organizadas.

Vinícius Calmon, é membro do Conselho Deliberativo do Vitória, membro do PT Bahia e Dirigente nacional do Setorial de Esportes e Lazer do PT.