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Mãe Bernadete era conselheira da CESPECT na Bahia

A ialorixá e líder da Comunidade Remanescente de Quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho, foi assassinada na noite desta quinta-feira (17). Segundo testemunhas, bandidos armados invadiram o terreiro, amarraram pessoas e executaram a tiros Maria Berndete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete.

Mãe Bernadeteque era da coordenadora nacional da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombola (CONAQ), Conselheira Estadual de Povos Comunidades Tradicionais da Bahia (CESPCT), e mãe de Flavio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como ‘Binho do Quilombo’, vítima fatal de um assassinato em 2017, ocorrido dentro de seu carro, nas proximidades da Escola Centro Comunitário Nova Esperança, situada em Pitanga dos Palmares, em um evento á poucas semanas atrás, cobrou das autoridades as providências, sobre as ameaças que continuava sofrendo.

A Conaq emitiu uma nota de pesar pela morte da coordenadora nacional e cobrou que o Estado garanta proteção às lideranças quilombolas. “A Conaq exige que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares. É dever do Estado garantir que haja uma investigação célere e eficaz e que os responsáveis pelos crimes que têm vitimado as lideranças desse Quilombo sejam devidamente responsabilizados.

ZE RAMOS

O coordenador nacional de articulação da Conaq, José Ramos da Bahia

José Ramos, que baiano, e coordenador de articulação nacional da Conaq, cobrou justiça para honrar a memória de das liderança perdida, bem como para que possam reafirmar que, no Brasil,  ações de violência contra quilombolas não serão tolerados”, enfatizou José Ramos.

JERONIMO TRISTE

 governador Jeronimo Rodrigues,  disse que, não permitirá que defensores de direitos humanos sejam vítimas de violência no estado

O governador Jerônimo Rodrigues afirmou, também pelas redes sociais, que determinou que as polícias Civil e Militar fossem de imediato ao local e “que sejam firmes na investigação”. Ele disse ainda que outras secretarias do governo devem atuar no caso.”Deixo aqui meu compromisso na apuração das circunstâncias e um abraço, tanto de minha parte, quanto de Tatiana, à família e à comunidade. Não permitiremos que defensores de direitos humanos sejam vítimas de violência em nosso estado”, escreveu.

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A liderança indígena Walney Magno, pediu providências das autoridades

Já o representante do Instituto dos Povos Indígenas da Bahia, Walney Magno, também se manifestou nas redes sociais, e lamentou pela triste notícia, se solidarizou com os familiares,  e cobrou uma das autoridades, providências para desvendar o crime, e as prisões dos assassinos “não podemos deixar que esse se torne, mais um crime insolúvel”, disse Walney.

Segundo uma fonte ligada à vítima, os bandidos fugiram levando os celulares dos familiares. Uma das moradoras do quilombo chegava ao local quando ouviu os tiros e se escondeu dentro de um carro. Ainda não há informações de quantas pessoas estavam no imóvel durante o ataque.

Fonte: Blog Povos indígenas